ASSEMBLEIA DIOCESANA DA LOC-MTC – LISBOA
AGIR PELO TRABALHO DIGNO – FONTE DE REALIZAÇÃO HUMANA
A Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC-MTC) da Diocese de Lisboa realizou a sua Assembleia Diocesana no domingo, 28 de Outubro, na Estrela, em Lisboa, e teve como orador o Dr. José Alberto Pitacas, Economista e Investigador nas Áreas da Economia Social, que aprofundou a reflexão sobre o “Agir pelo Trabalho Digno – Fonte de realização humana”.
No seguimento da reflexão que o orador se propôs partilhar, os participantes presentes na Assembleia foram interagindo ao longo da sessão, até ao final da manhã. Foram dissecados vários conceitos sobre as causas e consequências da pobreza; o mundo do trabalho, a dignidade de quem trabalha, isto é, de quem apesar de trabalhar continua pobre por ter recursos insuficientes para viver; os baixos salários que se traduzem, depois, em baixas pensões; o rendimento mediano; o rendimento adequado, de entre outros.
Na sua apresentação o Dr. José Alberto Pitacas salientou que 18,3% dos portugueses estão em risco de pobreza. Referiu ainda que a taxa de privação significa não ter capacidade ou acesso a um conjunto de bens. Citou o saudoso Professor Alfredo Bruto da Costa, que definia pobreza como situação de privação múltipla, por falta de recursos.
As mulheres têm mais alta taxa de pobreza. Há muitas mulheres a viver sozinhas e/ou famílias monoparentais. Crianças pobres fazem parte dos agregados familiares pobres. Pessoas desempregadas, sem subsídio de desemprego, aumentam o número de pobreza. Há 25,4%, sobretudo idosos, a viver sozinhos. A exclusão é um processo; é o ponto alto da marginalização.
A pobreza é um elemento desse processo. É preciso dar a cana e o peixe. Os bancos alimentares reduzem a privação naquele momento, e são importantes. Eles resolvem a privação, mas não resolvem a pobreza.
A pobreza é a falta de autonomia, por falta de recursos. A causa está na falta de recursos. A consequência é resolver a privação. Importa a autonomia de saber, capacitação, educação, qualificação, integração social, saber fazer.
Não basta ter um qualquer dinheiro para ter uma vida adequada à dignidade humana, é preciso ter um rendimento adequado, que possibilite satisfazer as necessidades familiares. (Pe. Agostinho Jardim Moreira em 17/10/18)
O tempo de trabalho e o tempo para viver. Urge rendimento adequado (Prof.J. Pereirinha).
Na relação laboral não se tem em conta a família. A cultura das empresas não contempla o tempo de trabalho; a conciliação vida familiar, vida profissional. As políticas públicas tentam compensar mas são insuficientes.
Não queremos a filantropia dos ricos, queremos que não haja fuga aos impostos.
Urge desenvolver critérios de justiça, dadas as desigualdades entre rendimento do trabalho e do capital. O Produto Interno Bruto, o que é produzido num ano, como é distribuído? Em que critérios assenta tal distribuição? Pode ser melhor distribuído, o que se produz em cada ano.
A Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos em comunhão com o Papa Francisco não pode ficar indiferente a estas realidades. Apoiada na Doutrina Social da Igreja, a LOC-MTC compromete-se continuar a reflectir e a denunciar as situações de pobreza e de desigualdades, continua a pugnar por critérios de justiça, de forma a recentrar o valor da pessoa para que se sinta realizada pessoal e socialmente através do trabalho digno, como fonte de realização humana.
A Equipa Diocesana LOC-MTC de Lisboa
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